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MP abre procedimento para investigar atos de violência e descumprimento de acordo em jogo entre Avaí e Figueirense - Rádio CidadeFX 104,9FM

MP abre procedimento para investigar atos de violência e descumprimento de acordo em jogo entre Avaí e Figueirense

O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) abriu, nesta segunda-feira, dia 6, uma Notícia de Fato para apurar os atos de violência e vandalismo que aconteceram na partida do Campeonato Catarinense de futebol entre Avaí e Figueirense, realizada no último sábado, dia 4, no estádio Aderbal Ramos da Silva, em Florianópolis.

 

O procedimento também vai apurar o descumprimento de Termo de Deliberação firmado com a principal torcida organizada do Figueirense, a Gaviões Alvinegros (Toga), que está proibida de frequentar os jogos com vestimentas e adereços com referência aos símbolos da torcida em qualquer evento esportivo nos três primeiros meses de 2023.

 

Porém, segundo relatório da Polícia Militar, diversos torcedores foram identificados no estádio e nas dependências usando os adereços e símbolos da torcida, o que pode indicar que a medida imposta não foi suficiente para coibir os atos de violência nos estádios.

De acordo com o Promotor de Justiça Wilson Paulo Mendonça Neto, “a participação da torcida organizada nos eventos esportivos delineados, após um período de relativa tranquilidade, tem contribuído sensivelmente, como comprovado nos relatórios, para o acirramento dos ânimos entre os demais torcedores, resultando no agravamento da violência, com manifesto saldo negativo e risco potencial para diversos torcedores que se encontravam no lugar, o que demanda, portanto, novas medidas por partes dos envolvidos na avaliação destes eventos”.

 

No relatório entregue pela PMSC, foram apresentados pontos de conflito dentro e fora do estádio, tanto antes, quanto durante e após o término da partida. A primeira ocorrência foi registrada ainda nos terminais de ônibus de Florianópolis, onde constam imagens de torcedor da Mancha Azul (torcida organizada do Avaí) agredindo torcedor com a camisa do Figueirense. O documento relata repetidos episódios como esse.

Torcida do Figueirense está proibida de frequentar qualquer evento esportivo com vestimentas e adereços (Foto: Ministério Público)

Apesar de reunião prévia com as torcidas organizadas e um policiamento especializado da PM, levando em conta o histórico de casos de tumulto e violência entre os clubes, as medidas não foram suficientes para conter alguns torcedores, o que fez com que a Promotoria de Justiça dê seguimento as investigações estudando-se, inclusive, com os demais envolvidos, jogos com apenas uma das torcidas, tamanha a agressividade e animosidade que tem sido demonstrada nos jogos.

 

Além da ocorrência de dois policiais militares feridos por garrafas e pedras lançadas contra a guarnição, há relatos de vandalismo dos banheiros do estádio, de cadeiras quebradas e arrancadas da arquibancada, de depredação de ônibus e viaturas e arremesso de objetos entre as torcidas.

 

Pelo lado do Figueirense, além da Toga, o relatório também cita a presença de outras duas torcidas organizadas, a “Barrigueira” e a “Choppgueira”. Alguns integrantes, inclusive, pularam as catracas do estádio até que a presença policial no local os inibisse.

 

A polícia chega a solicitar no final do texto que seja considerada a realização de jogos com torcida única em eventos esportivos considerados “clássicos”, o que vem sendo avaliado pela Promotoria de Justiça.

 

As instituições devem verificar a necessidade de novas providências para reestabelecer a ordem e a segurança em futuros jogos entre os clubes.

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